Num cotexto em que as transgressôes se multiplicam na Grécia (corrupçâo de deputados, desinformaçâo, restriçâo das liberdades democraticas...) para impedir a possivel vitoria do movimento de esquerda Syriza nas eleiçôes legislativas previstas a 25 de janeiro, o FMI anuncia a suspensâo da sua « ajuda » e o comissario europeu da economia, Pierre Moscovici dirige-se directamente aos eleitores gregos para lhes dizer em que sentido votar. J ean-Claude Juncker, presidente da Comissâo eduropeia, declara por sua vez que « nâo gostaria que as forças extremistas chegassem ao poder » em Atenas. Na Alemanha, o ministro das Finanças Wolfgang Schaüble reafirma que « nâo hà alternativa » para as reformas em curso na Grécia. As agências de notaçâo começam a ameaçar de degradar -serà ainda possivel!- a nota da economia grega. A imprensa europeia, consagra-se a expandir o medo da mudança a fim de dissuadir os povos da Uniâo de se voltarem para as formaçôes progressistas propondo o mesmo tipo de ruptura economica que Syriza.
É verdade que uma vitoria de Syriza na Grécia poderia pôr em causa no conjunto da Uniâo europeia as politicas de austeridade impostas pela Troïka (banco europeu, comissâo europeia e FMI) aos povos contra a sua vontade : como mostram as manifestaçôes massivas em Portugal, Espanha e, mais recentemente na Italia ou a greve geral na Belgica, nâo aceitam a injunçâo de reembolsar os detentores dos capitas das dividas ilegitimas ao preço da destruiçâo de um modelo social que permitia de atenuar os males do capitalismo e de mostrar que uma outra logica é possivel.
Perante esta ameaça pelos seus interesses -o exemplo islandês ainda os inquieta- os servidores da finança na Europa estâo preparados para todas as chantagens para confiscar a democracia na Grécia e noutros lados. Sâo eles que deixam amordaçar as liberdades na Hungria de Victor Orban em nome do respeito do sufragio universal acham desta vez legitima de se ingerirem na vida politica interior de um Estado : a preservaçâo dos interesses dos bancos e das multinacionais é-lhes mais importante que a defesa das liberdades !
É ao povo grego, pai da democracia mas hoje martir da austeridade, d decidir soberanament do seu futuro. N ós , cidadâos da Europa, exigimos das instituçôes financeiras internacionais, das agências de notaçâo como das autoridades europeias que cessem imediatamente estas pressôes indignas. Nâo sâo as instituiçôes europeias actuais nem a finança, que cabe de dictar aos povos por quem eles devem votar ! A austeridade é uma escolha politia que devem poder rejeitar democraticamente ! N ós fazemos coro com os dirigentes de Syriza para dizer que o problema da Grécia é o de toda a Europa e que o que se passa na Grécia poderia ser o inicio de uma nova aventura europeia.
N ós cidadãos da Europa dizemos ao povo grego : nâo tenham medo, contem connosco, estamos ao vosso lado. A nossa Europa nâo é a deles, é a vossa.